Diário do Mercado na 6ª feira, 26.01.2018
Bolsa renova máxima histórica aos 85 mil pontos
Resumo.
O ímpeto de alta na bolsa brasileira teve no feriado de quinta-feira uma pausa, para então na sessão da sexta-feira retornar revigorado. Rompendo máxima atrás de máxima o Ibovespa enfim atingiu novo patamar histórico, e encerrou acima de 85 mil pontos.
O movimento positivo foi uma continuidade daquele experimentado na tarde da 4ª feira, por ocasião da condenação em segunda instância do ex-presidente Lula, sendo o fato interpretado como benéfico à agenda reformista, ao reduzir drasticamente as chances do petista disputar o pleito eleitoral de outubro próximo.
Enquanto no mercado de juros o viés de avanços estruturais se traduziu em novas quedas dos vértices, no mercado de dólar imperou a estabilidade.
Ibovespa.
Capitaneado pelo setor bancário, mas também auxiliado pela Petrobras, o Ibovespa avançou firme em mais uma sessão de vultoso giro financeiro.
O maior destaque,no entanto ficou por conta da Cemig, que refletiu noticiário ventilando possíveis mudanças estruturais na companhia.
Os papeis da Vale, opostamente, cederam, mas não o suficiente para aplacar o ânimo do ponderado do índice brasileiro, que fechou em forte alta, aos 85.531 pts (+2,21%), acumulando valorização de +11,95% no mês (e no ano) e +29,22% em 12 meses. O volume preliminar da Bovespa foi de R$ 9,77 bilhões, sendo R$ 9,51 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Na 3ª feira, 23.01, houve ingresso líquido de R$ 566,6 milhões de capital estrangeiro na bolsa, acumulando entrada líquida de R$ 6,55 bilhões em 2018.
Agenda Econômica.
No Brasil, o Caged foi o destaque da agenda, tendo mostrado o corte de 328.539 vagas de emprego formal no mês de dezembro. O número foi considerado positivo, já que a mediana das projeções dos analistas apontava para um corte de 395 mil vagas.
Para o ano de 2017, o saldo final de vagas ficou negativo em 20,8 mil postos, sendo que estimava-se -180 mil, o que corrobora a percepção de um mercado de trabalho em evidente retomada.
Já a Receita Federal informou que a arrecadação de impostos e contribuições federais encerrou o ano de 2017 em R$ 1,342 trilhão, um aumento real de 0,59% em comparação com 2016 – o primeiro desde 2013.
Já nos EUA, a primeira prévia do PIB anualizado do 4T mostrou um crescimento de 2,6%, desapontando os analistas, cuja média projetiva indicava um avanço de 3,0%. Apesar disso, o último trimestre marcou o melhor ano da economia norte-americana desde 2014, impulsionado por vigoroso aumento dos gastos dos consumidores e das empresas.
O ano de 2017 também representou o 4º melhor ano desde a retomada pós crise do subprime em 2008, com o consumo pessoal – que representa cerca de 2/3 do PIB americano – avançando 3,8% nos meses de outubro a dezembro a taxas anualizadas.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) operou próximo à estabilidade ao longo de praticamente toda a sessão, comportamento descolado da tendência frente a demais economias, que foi o da depreciação da moeda norte-americana.
O dólar encerrou cotado a R$ 3,1380 (-0,03%), acumulando -5,34% no mês (e no ano) e -1,17% em 12 meses. O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos baixou para 143 pts, ante 144 pts da véspera.
Juros.
Ecoando os eventos que culminaram na condenação em segunda instância do ex-presidente Lula na quarta-feira, os juros futuros ampliaram o movimento de queda generalizada, em uma sessão de robusto volume de contratos negociados.
Para a próxima semana.
O mercado vai trabalhando com o consenso de que com as chances de candidatura do ex-presidente Lula reduzidas, agora terão efetivo início os movimentos no cenário eleitoral, o que pode trazer volatilidade.
A agenda econômica trará de peso prováveis sinalizações quanto à dinâmica de juros nos EUA, com reunião do Fomc na quarta-feira, e ainda Payroll por lá na sexta.
Na China teremos PMIs e finalmente no Brasil, destaque para o resultado fiscal, que irá revelar se o déficit de 2017 ficou efetivamente abaixo da meta, conforme esperado pelo governo.
Confira no anexo a integra do relatório de análise do comportamento do mercado nesta 6ª feira, 26.01.2018, elaborado por RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P , do BB Investimentos